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O Vidro

          Da idade média em diante, a fabricação de vidros tornou-se um processo sigiloso, fabricado por peritos, guardado contra ciúmes e espionagem industrial. A introdução do vidro “crown” trefilado foi realizada por volta de 1680 por John Bowles, a primazia inicial da França foi exemplificada pela Compagnie de St. Gobain, instalada há cerca de 300 anos para envidraçar Versalhes.


          Durante a segunda metade do século XIX, houve um grande esforço para produzir folhas de vidro por estiramento. William Clark tentou fabricar folhas em St. Helens em 1857, mas os problemas de “acinturamento” só foram resolvidos por Fourcault em 1904, na Bélgica. No século XX, surgiram 3 (três) poderosos centros de produção, a França, a Inglaterra e a Bélgica. Entretanto, uma indústria americana logo emergiu.

  
          Concomitantemente, enquanto Fourcult aperfeiçoava suas técnicas, com o processo Coulburn ou Libbey Owens, houve um avanço que representava um refinamento técnico do que Fourcult havia criado. A Pittsbourgh Plate Glass Company derivou um processo de estiramento ainda melhor e veio a ser um produtor importante. Na década de 20, ocorreu um aumento na demanda da indústria automotiva, o que levou a Ford Motor Company criar um processo que colocava a produção em massa em novas bases. Por volta de 1938, Pilkington Brothers (indústria do Reino Unido) criou uma máquina contínua de prensagem com cilindros, desgaste e polimento, operado comercialmente.


          Por volta de 1940, a estrutura da indústria primária do vidro no mundo ocidental estava estabelecida com quatro nações envolvidas, cada uma dominada por um pequeno número de fabricantes principais, todos relacionados e separados por uma rede de patentes e interdependências.

 

Tipos de Vidro

 

Monolítico: vidro comum, usado em caixilhos de alumínio.

 

Temperado: um choque térmico na fabricação o torna cinco vezes mais resistente que o comum. Se quebrar, produz pedaços pequenos e não cortantes.

 

Laminado: sanduíche de duas ou mais placas de vidro, que leva no miolo uma película de segurança (PVB, EVA ou resina). Se romper, a película retém os pedacinhos.

 

Aramado: vem com uma malha de aço no meio da massa. É um vidro de segurança (a malha de aço retém os cacos), e também tem função de isolante termoacústico.

 

Refletivo, ou espelhado: reflete a luz e não absorve tanto calor.

 

Vidro Low-E (baixo emissivo): Desenvolvido inicialmente para ser aplicado em edifícios de países de clima frio, que precisam manter o interior do edifício aquecido, os vidros low-e (low emissivity glass) são vidros baixo emissivos que impedem a transferência térmica entre dois ambientes. Sua eficiência vem de uma fina camada de óxido metálico aplicada em uma das faces do vidro. Essa película filtra os raios solares – intensificando o controle da transferência de temperaturas entre ambientes -, sem impedir a transmissão luminosa.

 

Serigrafado: colorido, é impregnado de tinta no forno de têmpera.

 

Jateado: jatos de areia ou pós abrasivos fazem desenhos opacos na superfície.

 

Impresso: apresenta relevos e texturas na superfície, feitos no processo de fabricação.

 

Acidado: submetido a solução ácida, torna-se opaco.

 

Curvo: moldado a quente em formas a partir de 3 mm de espessura, é feito sob encomenda.

 

Blindado: as camadas plásticas existentes entre várias lâminas de vidro amortecem o impacto e oferecem resistência.



Autolimpante: possui uma camada metalizada que tem como principal componente o óxido de titânio. Os raios ultravioletas ativam as propriedades autolimpantes do vidro, não deixando a sujeira fixar na superfície da chapa.

Antirreflexo: passa por um processo que tira o brilho de sua superfície, tornando-se antirreflexo, sem alterar a sua capacidade de transmissão de luz.

 

Vidro Anti-riscos: O produto possui um revestimento especial aplicado durante o processo de fabricação do vidro que lhe confere resistência a riscos e arranhões 10 vezes mais que os comuns.

Vidro Antivandalismo: São projetados para frustrar ataques rápidos-como, por exemplo, o lançamento de um tijolo, sem desprendimento de pedaços de vidro, enquanto se aguarda sua reposição. Evita-se dessa maneira o roubo,a deterioração dos objetos pelas intempéries e os fragmentos de vidros espalhados.

Vidro Colorido: Além da aplicação artesanal de tintas especiais para vidros e do processo de serigrafia, existem três formas de produção industrial de vidro colorido: aplicação de aditivos na massa; deposição de camada refletiva; laminação de película plástica colorida. Os vidros impressos e float coloridos na massa distinguem-se dos incolores pelo fato de aditivos minerais serem incorporados em suas composições,conferindo-lhes de um lado coloração e ,de outro,proporcionando-lhes o poder de barrar um mínimo de radiação solar.São produzidos nas cores fumê(cinza), bronze, verde e azul.

 

Vidro Craquelado: São vidros laminados compostos por uma lâmina interna de vidro temperado com duas lâminas externas de vidros comuns (float). No processo de produção do craquelado,o vidro temperado interno é quebrado e fragmenta-se,ficando aderido à película plástica e preso às lâminas externas.

 

Vidro Float (liso ou comum): Matéria prima para a maioria dos transformados existentes no mercado, como os temperados, laminados, refletivos e espelhos, os vidros float são assim denominados devido seu processo de produção. São também chamados de vidro comum. Em 1952, a indústria Pilkington conseguiu produzir vidro quase tão plano quanto suas placas prensadas e polidas, a uma espessura econômica e em grandes quantidades, através de um processo contínuo, que mudou tudo.

 

Vidro Fusing: Vidro fusing significa o vidro utilizado em decoração ou em peças utilitárias feitas a partir do sistema de fusão de vidros ou de cacos moídos que utiliza o mesmo nome. Nas vidraçarias, o sistema fusing permite o aproveitamento de sobras, transformando-se, em alguns casos, na atividade principal da empresa. Os produtos que recebem toques artísticos deixam de ser comparados com similares do mercado e podem proporcionar uma margem de lucro maior, principalmente se forem direcionados a um público que exige e valoriza essa personificação.

 

Vidro Resistente ao fogo: Os vidros resistentes ao fogo sem malha metálica são vidros laminados compostos por várias lâminas intercaladas com material químico transparente, que se funde e dilata em caso de incêndio. Essa reação se ativa quando a temperatura de uma das faces do vidro atinge 120ºC.

 

Vidro Bisotado: Apresenta um chanfro em toda a sua borda. Tal trabalho é executado em qualquer tipo de espelho ou vidro-exceto o temperado-possui espessuras a partir de 3 mm. Seus usos mais comuns são em tampos de mesa, portas de entrada, divisórias de ambientes e janelas.

 

Produção do Vidro Float

 

Resume-se essencialmente a reunir materiais básicos baratos com pequenas quantidades de aditivos, convertendo-os a um produto extremamente refinado. A maior parte do custo desse produto final esta na instalação necessária.

 

Estágio 1 – Forno de Fusão: A mistura de areia com os demais componentes do vidro é dirigida até o forno de fusão através de correias transportadoras. Com temperatura de até 1.600ºC, a composição é fundida, afinada e condicionada termicamente, transformando-se numa massa pronta para ser conformada numa folha contínua.

 

Estágio 2 – Banho Float: A massa é derramada em uma piscina de estanho líquido, em um processo contínuo chamado “Float Bath”( Banho Float). Devido à diferanças de densidade entre os materiais, o vidro flutua sobre o estanho, ocorrendo um paralelismo entre as duas superfícies.


Essa é a condição para que a qualidade óptica superior do vidro float seja atingida. A partir desse ponto é determinada a espessura do vidro, através da ação do top roller e da velocidade da linha. Quanto maior a velocidade da linha, menor a espessura resultante.
Estágio 3 – Galeria de Cozimento: Perfil de tensões do vidro observada na Galeria de Recozimento.

Estágio 4 – Inspeção Automática: Antes de ser recortada, a folha de vidro é inspecionada por um equipamento chamado “scanner”, que utiliza um feixe de raio laser para identificar eventuais falhas no produto. Caso haja algum defeito decorrente da produção do vidro, ele será automaticamente refugado e posteriormente reciclado.

Estágios 5, 6 e 7 – Recorte, empilhamento e armazenagem: O recorte é realizado em processo automático e em dimensões pré-programadas. As chapas de vidro são empilhadas automaticamente e pacotes prontos para serem expedidos e armazenados.

Aplicação do Vidro na Construção Civil

Desde 1980, o vidro tem conquistado espaço na arquitetura e construção civil. Ele é utilizado com frequência em fachadas, coberturas, pisos, divisórias, portas, janelas, escadas e paredes, além do seu uso como elemento de segurança em guarda-corpos. Podemos considerar que o largo emprego deste material se deve ao fato de que ele possibilita uma interação entre os meios interno e externo, o que amplia a segurança e a visibilidade.
O vidro garante leveza aos ambientes, e tem substituído materiais comumente utilizados em residências, prédios comerciais, hotéis, aeroportos, parques, shoppings, hospitais e escolas, pois leva beleza e harmonia às formas delineadas.

 

O tipo de vidro a ser utilizado para cada projeto irá depender, dentre outros fatores: i) do efeito que o cliente deseja para o produto final; ii) do esforço ao qual o vidro será submetido. Para atender à segunda exigência, faz-se necessário conhecer a tecnologia de resfriamento empregado na fabricação do vidro.

 

Novas tecnologias já permitem o uso do vidro em paredes de sustentação, em pisos e em estruturas de escadas de projetos mais leves.

 

Há a expectativa de que os avanços na tecnologia de fabricação do vidro permitam, no futuro, ele seja utilizado também substituindo o aço e o concreto das estruturas, o que irá provocar grandes reduções no custo final das obras.
Dentre os diversos tipos de vidro, os mais utilizados na construção civil são: Vidro plano, vidros planos lisos, vidros cristais, vidros impressos, vidros refletivos, vidro anti-reflexo, vidros temperados, vidros laminados, vidros aramados, vidros coloridos, vidros serigrafados, vidros curvos e espelhos fabricados a partir do vidro comum. Encontramos ainda as fibras de vidro, matéria prima para a fabricação de mantas e tecidos utilizados em aplicações de reforço ou de isolamentos.

Sistemas de Envidraçamento

O envidraçamento é a instalação de um painel de vidro em uma moldura sulcada, por meio da fixação com pregos de vidraceiro e da vedação do conjunto com um filete chanfrado de massa de vidraceiro ou mastique.
Existem diferentes tipos de envidraçamento disponíveis para nosso uso na arquitetura. O comum, já definido, o duplo, o envidraçamento a seco, em nível, de junta de topo ou há a opção do uso de mainéis de vidro.

No envidraçamento duplo, instalam-se duas chapas de vidro paralelas, separadas por uma camada vedada de ar. Isso faz com que se reduzam as transmissões térmica e sonora no ambiente.

 

O envidraçamento a seco, substitui a fita de envidraçamento ou o vedante líquido, instalando o vidro em um caixilho de janela com uma gaxeta de compressão.

No envidraçamento em nível, as peças de emolduração estão inteiramente colocadas atrás dos painéis, de modo a formarem uma superfície externa nivelada, com um vedante estrutural de silicone.

O envidraçamento de junta de topo é usado na a união de peças em grandes janelas. As folhas de vidro são unidas, também por um vedante estrutural de silicone.

 

E, por fim, o sistema de mainéis de vidro, que deve ser feito com vidro temperado, suspende por meio de presilhas especiais, unidas por vedante estrutural de silicone ou por chapas metálicas de ligação, suas folhas de vidro.

 

 

REFERÊNCIAS


1 - http://www.guiadovidro.com.br/Pagina.aspx?id=7
2 - http://www.usp.br/fau/deptecnologia/docs/bancovidros/histvidro.htm
3 - http://www.engevidro.com.br/tipos-de-vidros
4 - http://www.usp.br/fau/deptecnologia/docs/bancovidros/prodvidro.htm
5 - Revista Arquitetura e Construção – Ed. de Dezembro de 2010
6 - Livro: D. K. Ching, Francis. – Dicionário Visual de Arquitetura
7 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Vidro
8 - http://economia.culturamix.com/mercado/vidro-na-construcao-civil
9 - http://www.revistapalavra.com.br/page/editoriasDetalhe.asp?idNoticia=70
10 - http://www.vidrosvillage.com.br/ovidro_processo.htm
11 - http://www.infinityglass.com.br/vidrolow.html

          A descoberta do vidro data de 5000 a.C., quando mercadores fenícios descobriram acidentalmente ao fazerem uma fogueira na beira da praia, sobre a qual apoiaram blocos de nitrato de sódio (para apoiar suas panelas). O fogo, aliado à areia e ao nitrato de sódio, originou um líquido transparente, o vidro.

 

          Posteriormente, 100 a.C. os romanos produziam vidro por técnica de sopro em moldes, para confeccionar janelas, em 300 d.C. o imperador Constantino passou a cobrar taxas e impostos a vidreiros, tamanha a difusão e importância do produto. Por volta de 1300, o vidro moldado a rolo foi introduzido em Veneza, que se especializou na produção artística do vidro, com o advento do cristal nesta época. Ainda nesse período foi descoberto o processo por sopro de cilindros que revolucionou a produção de vidros planos.

 

 

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